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O poeta disse: " Que o amor seja eterno enquanto dure".
Eu digo: Que o amor seja eterno enquanto durar a enternidade.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Apenas Diferente.

O homem evolui com a história e a história com o homem, este vai reformulando a sua forma de caracterizar as coisas, as situações, os seres, esta vai compelindo ele a repensar a própria forma de conceituar o que faz parte do seu leque de correlações; assim o ser humano repensa a si próprio e tudo a sua volta, transforma os critérios, aperfeiçoa os valores, critica os princípios que o norteia. Desse jeito prefacio para poder abordar a respeito da nova caracterização que está em foco no cenário das discussões atuais: A PESSOA COM DEFICIÊNCIA; tal caracterização me parece a mais adequada no momento, em virtude dela ao mesmo tempo que retrata o avanço da sociedade quanto a maneira de conceituar o protagonista do presente texto, não tentar esconder a seqüela existente e nem dar a mesma a abrangência que não tem.

Com o aprimoramento das conceituações, desaparecem equívocos que permeavam o passado, os vazios outrora existentes na mesa da cidadania vão sendo preenchidos. Quando digo equívocos, faço referência à idéia agora exposta sob forma de reflexão: PORTAR: - significa está de posse de algo que pode ser deixado a qualquer instante, transportar algo de um lugar para outro; fundamentado neste entendimento digo que a denominação “PORTADOR DE DEFICIÊNCIA” não traduz com fidelidade a situação vivenciada, porque em verdade ninguém leva a deficiência de um lugar e deixa em outro, impossível se faz transporta-la, portanto tal nomeação é inadequada.

Quando repensamos os rótulos, repensamos a nós mesmos, quando reformulamos conceitos, buscamos aprimorar o nosso entendimento; Verifíca-se uma disposição por parte da sociedade no sentido de aperfeiçoar a sua maneira de olhar a pessoa acometida de seqüela física ou mental, constata-se através de discussões a respeito da maneira de nomea-la, uma tendência em direção a reduzir a carga estigmatizante que incide sobre o ser aqui em foco. Estamos a adentrar em um contexto holístico e plural, o qual surge acompanhado de um inédito redesenhar da história e para que esta seja menos imperfeita o momento atual reclama não a extinção da deficiência, mas uma nova conceituação sobre o deficiente; por conseguinte alterações em rótulos como a acima citada, reflete uma mudança vantajosa para todos, com a qual temos que colaborar. Assim sendo, se hoje socialmente não é mais cabível entender alguém deficiente no seu todo, como também não mais comporta negar a existência da seqüela, provado está que a véspera de uma cultura inclusiva já se encontra edificada.

Hoje reformulações como esta, ocorrem em curto espaço de tempo o que indica ciclos socioculturais mais breves, transformações rápidas, os períodos ganham espaços de tempo exigo e por conseguinte necessário se faz que nos adaptemos a tais denominações transitórias, pois estas, são o resultado de um mundo em alta mutação também no caso em epígrafe.

O ser aqui enfocado conquista outra posição no macro cenário, o mesmo passa a ser concebido como pessoa com deficiência; mas apenas em algum lugar, a deficiência deixa de ser abrangente para ser localizada, não mais constitui motivo de discriminação, tão somente diagnóstico; ganha a condição de gente, plenifíca-se enquanto cidadão. O seu papel muda, deixa de ser passiva e tornando-se co-autora do mundo o qual mais uma vez recomeça. A PESSOA COM DEFICIÊNCIA, é aquela que o passado rejeitou por não ter condição de compreender que esta é cidadã do futuro. No agora é apenas diferente, e ser diferente sob os lampejos do recente entendimento - É NORMAL.


Fausto Joaquim

Autor dos Livros:
Águia Sem Asas,
Diga Ao Mundo Que Sou Deus,
Cascata de Poema

Se tu soubestes...

Quando eu me esconder por trás da cortina da eternidade, e o silêncio profundo calar minha voz, tu buscarás pelo menos minha sombra para dar o último adeus e nem ela encontrarás.

Quando eu atravessar a linha que separa a terra da eternidade e nem mesmo o meu calar mais profundo tu poderes ouvir, verificarás quanto tempo perdestes, quanta vida desperdiçastes e que nem mesmo a súplica mais contrita fará o tempo voltar.

Nessa hora, serás asfixiada pele saudade, buscarás a rosa da esperança, mas dela só terás os espinhos, pois, por nada a vida muda o seu curso e nem cede aos rogos dos espíritos que relutam a amadurecer.

Agora envolvida pela fantasia da imaturidade, vestida na mascara que esconde os olhos de todos que optam por não vê, não percebes que a dor que invadirá o teu peito será lacinante, pois a lança que atinge o coração ingrato não se detém enquanto não atinge o âmago da alma.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

É tempo de pensar


A família na contra-mão da inclusão

Por muitas vezes escrevi sobre a necessidade das escolas se adaptarem as pessoas com deficiência; hoje percorro no sentido contrário, escrevendo sobre a importância de as pessoas com deficiência ocuparem o seu espaço na instituição agora referida. Apesar de toda a política pela inclusão das pessoas com deficiência na escola, a despeito de toda luta para que a mesma tenha acesso à educação; se faz assustador o número irrisório dessas nos colégios públicos e privados existentes.

Tal fato nos remete para o diagnóstico de uma lacuna aberta neste processo de luta a qual é constituída pela omissão não só das pessoas com deficiência, mas da maioria das famílias dessas. O grupo domiciliar precisa se conscientizar que a era do coitadinho passou, que o tempo da não cidadania pertence a um ciclo que findou.

A onda da inclusão social se faz presente nos dias atuais, entretanto é impossível inclui-se sem trilhar-se pelos caminhos do saber, pois umas das marcas indeléveis dos tempos de agora é o conhecimento.

Portanto, se o movimento de pessoas com deficiência de um modo ou de outro está desempenhando o seu papel, o governo respondendo as reivindicações desse, é inaceitável que as famílias não façam a sua parte.

Abrir mão do dever de matricular um filho com deficiência na escola não é mais uma prerrogativa dos responsáveis, justificar a ausência da mesma na escola em função da deficiência é uma argumentação pertencente aos dias de ontem, que o presente não pode comportar.

Nesta época em que os lampejos de uma tecnologia avançada possibilita a pessoa com deficiência participar da força de produção, a mesma deixa de ser deficiente e se torna apenas diferente; e diferença não é sinônimo de inferioridade, mas de versatilidade.

Assim sendo as famílias dos diferentes devem enxerga-los por essa nova perspectiva, olha-los desse novo ponto de vista, abandonando o antigo paradigma e escrevendo-as na nova era que a pouco se iniciou e não tem como sofrer reversão.

Fausto Joaquim

segunda-feira, 16 de novembro de 2009