A família na contra-mão da inclusão
Por muitas vezes escrevi sobre a necessidade das escolas se adaptarem as pessoas com deficiência; hoje percorro no sentido contrário, escrevendo sobre a importância de as pessoas com deficiência ocuparem o seu espaço na instituição agora referida. Apesar de toda a política pela inclusão das pessoas com deficiência na escola, a despeito de toda luta para que a mesma tenha acesso à educação; se faz assustador o número irrisório dessas nos colégios públicos e privados existentes.
Tal fato nos remete para o diagnóstico de uma lacuna aberta neste processo de luta a qual é constituída pela omissão não só das pessoas com deficiência, mas da maioria das famílias dessas. O grupo domiciliar precisa se conscientizar que a era do coitadinho passou, que o tempo da não cidadania pertence a um ciclo que findou.
A onda da inclusão social se faz presente nos dias atuais, entretanto é impossível inclui-se sem trilhar-se pelos caminhos do saber, pois umas das marcas indeléveis dos tempos de agora é o conhecimento.
Portanto, se o movimento de pessoas com deficiência de um modo ou de outro está desempenhando o seu papel, o governo respondendo as reivindicações desse, é inaceitável que as famílias não façam a sua parte.
Abrir mão do dever de matricular um filho com deficiência na escola não é mais uma prerrogativa dos responsáveis, justificar a ausência da mesma na escola em função da deficiência é uma argumentação pertencente aos dias de ontem, que o presente não pode comportar.
Nesta época em que os lampejos de uma tecnologia avançada possibilita a pessoa com deficiência participar da força de produção, a mesma deixa de ser deficiente e se torna apenas diferente; e diferença não é sinônimo de inferioridade, mas de versatilidade.
Assim sendo as famílias dos diferentes devem enxerga-los por essa nova perspectiva, olha-los desse novo ponto de vista, abandonando o antigo paradigma e escrevendo-as na nova era que a pouco se iniciou e não tem como sofrer reversão.
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